Dador de Medula Óssea

1 – QUAIS AS RAZÕES PARA SER DADOR?

A transplantação de medula óssea ou de células hematopoiéticas pluripotenciais é uma terapêutica, que permite muitas vezes a cura de doenças graves e que podem ser frequentemente mortais. Entre estas encontram-se as Leucemias Agudas, mas também os Linfomas, as Aplasias Medulares e outras. Essa possibilidade de cura assenta em primeiro lugar na compatibilidade entre o dador e o doente que a vai receber. Os dadores preferenciais são os familiares, mas sendo as famílias cada vez menores, é difícil encontrar dadores compatíveis. Se a base de dados for muito grande é mais provável encontrar um dador. É por isso que as bases de dados são internacionais. Contudo é mais vantajoso em termos práticos e económico que o dador seja nacional.

2 – QUAL A MOTIVAÇÃO PARA SE SER DADOR?

Tal como acontece na dádiva de sangue, a única recompensa que se obtém é a da satisfação de ter sido útil para outro ser humano, que necessitava de ajuda. A sensação de ter contribuído positivamente para a sociedade é, para muitas pessoas, recompensa suficiente. Ao juntar-se ao grupo dos dadores sabe que está a associar-se a pessoas que fariam o mesmo por si.

3 - QUEM PODE SER DADOR?

As pessoas com idade compreendida entre os 18 e os 45 anos, saudáveis e que tenham vontade de ser dadores voluntários de medula, basta que contactem o CEDACE ou qualquer um dos Centros de Dadores.

Ao registar-se para ser dador, não significa que venha a ser necessária a sua colaboração. Contudo, ao oferecer-se, isso implica um comprometimento. Este não deve ser um acto irreflectido. Se mais tarde, quando for necessária a sua colaboração, pensa que vai recusar, não deve inscrever-se. Os exames iniciais consistem apenas na recolha de sangue, mas as análises são caras. Por outro lado vai criar expectativas que não devem ser goradas.

Após a sua identificação receberá um folheto informativo do processo e um pequeno questionário clínico que deverá preencher e devolver. Esse questionário será avaliado por um médico. Caso não haja nenhuma contra-indicação será chamado para fazer análises que especificamente são as seguintes: Tipagem HLA-AB DR e Marcadores virais (HbsAg, Anti-HCV, Anti-HIV 1, 2).
Estes dados são confidenciais e serão guardados numa base informática nacional e internacional. Serão usados sempre que um doente nacional ou internacional seja proposto para transplantação de medula óssea.

4 - HÁ RISCOS EM SER DADOR?

Embora nenhuma atitude médica seja isenta de riscos, raramente há problemas com os dadores. O organismo humano está preparado para produzir nova células para substituir as que foram retiradas e em cerca de quatro a seis semanas terá voltado ao estado inicial. Na colheita de células progenitoras hematopoiéticas do sangue periférico, a administração de factores de crescimento granulocitário (FCG), nos 5 dias que precedem a dádiva, pode provocar dores no corpo, cansaço, dores de cabeça, numa sensação semelhante à de um síndrome gripal. No entanto após a suspensão do medicamento tudo volta ao normal. Essa colheita vai implicar algumas horas de imobilização, com veia puncionada, pelo que terá de ser paciente.

Quanto aos dadores de medula necessitam de fazer uma anestesia geral para colheita de medula na crista ilíaca. Nos dias que seguem a colheita é natural que sintam dor ou sensação desagradável no local da colheita, bem como cansaço e algum desconforto na marcha. No máximo ao fim de uma semana estes sintomas terão melhorado e ao fim de três semanas terão desaparecido.

Antes da colheita todos os dadores terão um exame médico completo de modo a avaliar se estão em boas condições de saúde e que não correm riscos.

5 - EXISTEM CONTRA-INDICAÇÕES PARA SER DADOR?

Sim. Se tiver uma idade avançada ou se seu estado de saúde não o permitir, se tiver doenças contagiosas ou outras, que serão avaliadas pelo médico do registo de dadores, apesar da sua boa vontade, a sua oferta não poderá ser aceite. Doenças autoimunes, cardíacas, renais e hepáticas contra-indicam igualmente a doação. Seja correcto nas informações que fornece.

6 - POSSO MAIS TARDE RECUSAR?

Se pensa em inscrever-se apenas para um dador específico, deve saber que as possibilidades de tal acontecer são diminutas e que a sua dádiva deve ser administrada a quem precisa dela, tal como acontece com o sangue. Ao inscrever-se está a comprometer-se a dar as suas células a um doente em que seja encontrada compatibilidade e esse pode ser um doente no estrangeiro, uma vez que a base de dados é internacional.

Tratando-se de um acto voluntário não poderá ser obrigado mais tarde a ser dador. Caso não o deseje não terá qualquer tipo de penalização. Contudo essa sua decisão pode ser prejudicial a um doente que necessite de si, pelo que deve pensar seriamente neste assunto antes de tomar uma decisão.

Se mudou de ideias ou se as suas condições físicas ou psíquicas deixaram de ser as mesmas e não pode ou não deseja ser dador, deve informar o CEDACE o mais precocemente possível.

7 - É FÁCIL ARRANJAR UM DADOR?

A pesquisa de um dador compatível orienta-se primeiro para os irmãos do doente. Hoje em dia as famílias numerosas são cada vez mais raras e além disso apenas 1 doente em cada 4 encontra um dador idêntico entre os irmãos, isto é, que tenha herdado as mesmas características tecidulares paternas e maternas.

Se o doente não tiver um dador familiar compatível é iniciada uma pesquisa aos registos de dadores. Assim que é identificado um potencial dador compatível, este é informado e, caso aceite, vai prosseguir o processo.
A principal exigência para o sucesso da transplantação de medula é a compatibilidade tecidular entre dador e receptor. Assim, é preciso transplantar o doente com uma medula óssea tão idêntica quanto possível no que respeita aos marcadores ou antigénios HLA (antigénios de leucócitos humanos).

Após ter sido encontrado um dador idêntico, este vai ser chamado para fazer testes adicionais de compatibilidade, bem como uma nova avaliação para doenças virais que possa ter tido no espaço de tempo entre a inscrição e a chamada. É este o passo que se chama a activação do dador.

Se a avaliação de todos os resultados laboratoriais continuar a considerar o potencial dador como o mais indicado, este vai ser submetido a um exame médico completo. Nesse momento pode ainda esclarecer quaisquer dúvidas que tenha sobre o processo de dádiva.Nesta fase o dador deve estar absolutamente certo da sua decisão de fazer a doação e é-lhe então pedido para assinar um impresso de consentimento informado. A partir desse momento o doente começará a fazer a preparação para a dádiva de células da medula.

8 – O QUE ACONTECE ÀS MINHAS CÉLULAS?

As células da medula podem ser criopreservadas, ou seja, congeladas por longos períodos, sem que sofram lesões. Para isso usa-se azoto líquido que permite congelar a um ponto muito frio e que possibilita a conservação durante anos. Isto é sempre necessário nas situações de autotransplante em que as células são colhidas antecipadamente. Também nos casos de transplante alogénico de sangue do cordão este é congelado.No caso dos alotransplantes é preferível usar células frescas para evitar que haja perdas no número de células. As células recolhidas são administradas ao doente numa forma semelhante a uma transfusão de sangue.

9 - SABIA QUE, ALÉM DAS LEUCEMIAS, HÁ OUTRAS DOENÇAS EM QUE A TRANSPLANTAÇÃO DE MEDULA É NECESSÁRIA?

A medula é também aplicada no tratamento de outras doenças do sangue e do sistema imunitário. A lista destas doenças inclui, entre outras, casos de linfoma, de anemia aplástica, de talassémia grave, de deficiências imunológicas congénitas e algumas doenças metabólicas causadas pela falta de enzimas produzidos por células que são originárias da medula óssea.

10 – QUEM CONTACTAR PARA SER DADOR?

CENTRO DE HISTOCOMPATIBILIDADE DO CENTRO:Praceta Prof. Mota Pinto – Apartado 90413001 – 301 CoimbraTelefone: 239 480 700 Fax: 239 480 790

CEDACE - CENTRO NACIONAL DE DADORES DE CÉLULAS DE MEDULA ÓSSEA, ESTAMINAIS OU DE SANGUE DO CORDÃO. Hospital Pulido Valente, Alameda das Linhas Torres, 1171769-001 LisboaTel. 21 750 4152 Fax. 21 750 4176Se desejar pode consultar o site http://www.chsul.pt/

CENTRO DE HISTOCOMPATIBILIDADE DO SUL: Alameda das Linhas de Torres, nº1171769 -001 LisboaTelefone: 217 504 100 Fax: 217 504 101

CENTRO DE HISTOCOMPATIBILIDADE DO NORTE: Pavilhão “Maria Fernanda”Rua Roberto Frias4200 -467 PortoTelefone: 225 573 470 Fax: 225 501 100

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