Diabetes não impede a prática de exercício

"Estima-se que, nos dias de hoje, cerca de 585 mil portugueses com diabetes (o correspondente a 7,8% da população portuguesa adulta) e que este número continuará a aumentar. A diabetes é uma doença crónica, caracterizada pelo aumento dos niveis de açúcar no sangue.

Podemos identificar a diabetes tipo I ou insulino-dependente, em que as células do pâncreas, produtoras de insulina, estão destruídas, o que obriga o doente a administrar insulina diariamente. Já a diabetes tipo II ocorre quando as células se tornam resistentes à insulina ou ainda durante a gravidez (a chamada diabetes gestacional).

A diabetes é uma doença indolor e, como tal, para se poder diagnosticar deve-se estar atento a determinados sintomas: urinar frequentemente e em grande quantidade (poliúria); sede intensa e constante (polidipsia); fome constante e dificil de saciar (polifagia), ou a sensação de boca seca.

Na presença de algum deste(s) sintoma(s), o diagnóstico pode ser depois confirmado através da medição da glucose no sangue em jejum ou após prova de tolerância oral à glucose. Considera-se que tem diabetes se o valor de glicémia (em jejum > 126 mg/ dL), confirmado em medições separadas, ou se, 2 horas após tomar 75 g de glicose, apresentar valores de glicémia > 200mg/dL.

Se este diagnóstico for tardio ou se não se conseguirem controlar valores de glicemia, a probabilidade de virem a ocorrer complicações numa série de orgãos aumenta. Estas complicações podem ser microvasculares (retinopatia, neuropatia ou nefropatia) ou macrovasculares (macroangiopatia, hipertensão arterial, enfarte do miocárdio ou AVC).

Urge então que a pessoa diabética adopte um estilo de vida saudável, com uma dieta alimentar cuidada e com prática de actividade física regular, para que consiga sempre manter os valores de glicose no sangue o mais próximo possível dos valores normais.

Para alcançar este objectivo, surge a prática de actividade física, que deve englobar uma componente de treino cardiovascular, 20-60 minutos por sessão, três a quatro sessões por semana, com intensidades de treino gradativamente superiores, uma componente de treino de força e uma componente de treino de flexibilidade, procurando manter uma boa capacidade de alongamento geral. Importa salientar que para os diabéticos de tipo II é importante que ocorra, na maior partes dos casos, uma perda de peso e, como tal, recomenda-se geralmente um dispêndio calórico semanal associado ao treino de 2000 kcal."

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