Simples análise ao sangue pode vir a diagnosticar cancro

Análise ao sangue pode vir a identificar rápida e eficientemente presença de células tumorais no organismo. A tecnologia está a ser desenvolvida nos EUA e os cientistas esperam estar no mercado em cinco anos.
Investigadores do Massachusetts General Hospital (MGH) e da Veridex, uma empresa do grupo Johnson & Johnson, anunciam uma nova tecnologia de identificação da presença de cancro no organismo através de uma simples análise sanguínea.

Em conjunto o Hospital e a Veridex estabeleceram já um Centro de Investigação que tem a missão de desenvolver esta tecnologia o mais rapidamente possível para que se possa tornar num teste comercializável, fácil de utilizar e com altas taxas de eficiência na identificação do cancro.

Ainda em estado de protótipo, os cientistas adiantam que o objectivo é desenvolver uma tecnologia que permita capturar e caracterizar Células Tumorais em Circulação (CTCs), que se encontram em níveis extremamente baixos na corrente sanguínea, de forma a disponibilizarem um teste não invasivo para a caracterização do cancro em estado precoce.

Os investigadores do Massachusetts General Hospital já desenvolveram um chip microfluídico capaz de capturar as células tumorais em circulação com um alto nível de eficiência. Mas agora, ao estabelecerem esta parceria com a Veridex, os especialistas pretendem desenvolver uma plataforma com maior sensibilidade e que possa ser adaptada a uma série de aplicações, por forma a que o teste possa ter uma utilização generalizada no diagnóstico rápido do cancro.

«Este acordo é muito diferente dos acordos académico-industriais comuns porque vamos trabalhar em conjunto para transferir a tecnologia inventada no Massachusetts General Hospital do seu actual estado precoce para um protótipo e generalizá-lo por forma a atingir os nossos objectivos de aprovação por parte da FDA e adopção clínica», explica Mehmet Toner, Director do MGH BioMEMS Resource Center, citado em comunicado do Hospital.

O especialista acrescenta que «a nova equipa de inovação vai dedicar-se a desenvolver esta tecnologia a partir dos seus princípios científicos básicos até à fase inicial do protótipo no âmbito dos ambientes de investigação biológica e clínica». Por outro lado, «a Veridex tem os conhecimentos necessários para transferir tecnologia em estado inicial para um produto que possa ser fabricado e corresponder às exigências regulatórias».

Apesar desta ser uma tecnologia que poderá vir a facilitar o diagnóstico precoce de cancro através de uma simples análise sanguínea, os cientistas indicam que poderá ter uma série de outras aplicações, como por exemplo, confirmar se um determinado regime terapêutico de quimioterapia e radioterapia, que está a ser aplicado a um doente com cancro, está ou não a ser eficiente.

«Aplicar dados obtidos a partir das CTCs aos cuidados prestados a pacientes com cancro é um problema complexo e a nossa estratégia é diversificar as abordagens tecnológicas para encontrar as melhores soluções para aplicações específicas», afirma Mehmet Toner.

Para isso, o especialista adianta que «temos de definir que diferentes tecnologias funcionam melhor para o diagnóstico, para o prognóstico e o objectivo de longo prazo da detecção precoce. Portanto, não nos queremos confinar a uma única opção».

Os cientistas referem que a tecnologia será agora desenvolvida numa base experimental, começando este ano no Massachusetts General, no Sloan-Kettering, em Nova Iorque, na University of Texas M.D. Anderson Cancer Center, em Houston e no Dana-Farber Cancer Institute, em Boston. No entanto, acreditam que o teste demorará pelo menos cinco anos até que chegue ao mercado.

Artigo em: Tvciência.pt

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