120 mil dadores de medula óssea

"Os especialistas na doença oncológica leucemia estão satisfeitos com a forte adesão dos portugueses às campanhas esporádicas de recolha de medula óssea. A base tem neste momento 120 mil dados, tendo vindo a aumentar nos últimos anos o número de doentes que recebeu transplante de medula de dador voluntário, ou seja, fora do círculo familiar, regra geral de um irmão.

Manuel Abecasis, especialista em hematologia, ciência que estuda o sangue, confessa ao Correio da Manhã o seu agrado. "É devido ao aumento do número de dadores de medula óssea, que respondem às campanhas, que estamos a ter uma maior capacidade de resposta no tratamento e cura dos doentes com a forma mais grave da leucemia."

Segundo aquele especialista do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa, instituição que mais transplantes efectua no País, dois terços dos transplantes são feitos com dadores voluntários e apenas um terço dos casos envolve o transplante de um familiar próximo, normalmente um irmão, que tem maior compatibilidade genética.

Os doentes portugueses, porém, não recebem apenas transplante de cidadãos nacionais. Há um banco de dados internacional que implica troca de informação e a doação de medula para doentes em qualquer país, basta que seja encontrado um dador compatível. Pela primeira vez, no primeiro semestre de 2008 houve igual número de portugueses (22) que receberam transplante de dadores estrangeiros e doentes de fora que receberam medula de dadores portugueses.

TODOS OS ANOS SURGEM EM PORTUGAL 200 NOVOS DOENTES

Todos os anos surgem em Portugal entre cem a duzentos novos doentes de leucemia – numa taxa de prevalência de um a dois doentes por cada cem mil pessoas –, uma doença oncológica que não escolhe idades, afectando tanto pessoas adultas quanto crianças. Nem todos os doentes têm indicação clínica para realizar um transplante.
Apenas metade dos doentesé candidato a receber células de um dador, sendo muito difícil encontrar alguém que seja geneticamente compatível com outra pessoa, no caso o doente. Não são candidatos a transplante de medula óssea os doentes com mais de sessenta anos porque, segundo o hematologista Manuel Abecasis, "não têm condições físicas para suportar o tratamento". Este ano, 22 doentes e dadores portugueses receberam e doaram medula para países como a Espanha, a Itália, o Reino Unido, Holanda, Estados Unidos e Argentina, entre outros."
Artigo original em Correio da Manhã

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