O Serviço de Transplantação de Medula Óssea (STMO) do IPO do Porto foi considerado a maior unidade da Península Ibérica, de acordo com o total de transplantes realizados, cerca de 1.500 desde 1989.
Alcançado este número, que foi simbolicamente assinalado esta terça-feira com uma largada de 1.500 balões, o director daquele serviço pretende avançar com outros projectos, um dos quais visa alargar o programa de transplantação a outras áreas, nomeadamente às doenças raras.
«Algumas dessas doenças podem ser curadas ou, parte delas, corrigidas com a transplantação de medula óssea. Muitas dessas doenças raras atingem vários sistemas, entre os quais o hematológico, que é passível de correcção com transplantação de medula», afirmou António Campos.
O responsável disse à Lusa que já foram realizados alguns transplantes, mas em número reduzido, uma vez que estes doentes não são referenciados de forma sistemática.
«O que estamos a fazer neste momento é tentar organizarmo-nos com a Pediatria do Hospital Maria Pia e com o ICBAS no sentido de aderirmos a um grupo europeu deste tipo de doenças. O objectivo é dar maior visibilidade e maior informação daquilo que é passível de ser curado ou pelos menos corrigido com este tipo de tratamento», sustentou.
Outro projecto avançado por António Campos consiste na «transplantação em regime de ambulatório», ou seja, «todo o programa de transplantação, excepto a administração de quimioterapia, seria feito no domicílio».
«Não é possível para todos os transplantes, mas, no caso de ser possível, seria extremamente cómodo, porque o doente estaria no seu ambiente e o risco de infecção seria muitíssimo mais reduzido», considerou.
Este projecto, que aguarda a aprovação da direcção do IPO do Porto, contempla uma estrutura que permite que o doente e o serviço de transplantação estejam em permanente contacto.
«É perfeitamente viável que todo o procedimento decorra em regime de ambulatório e com o nível de segurança adequada», garantiu.
Com uma taxa de ocupação «superior a 90 por cento», este tipo de intervenção iria «libertar camas» do STMO para os casos que obrigatoriamente têm de ser transplantados em regime de internamento.
«Neste momento estamos no limite de capacidade, são cerca de 140 transplantes por ano», frisou.
De acordo com a última publicação da «European Blood and Marrow Transplantation» (EBMT), a ser divulgada este ano, relativamente ao total de transplantes efectuados, o STMO do IPO Porto ficou classificado em 33.º.
Em 2009, a nível nacional, foi no IPO Porto que se realizaram mais transplantes de medula óssea (138), seguindo-se o IPO de Lisboa, com 81, e o Hospital de Santa Maria, com 76. O Hospital S. João e o IPO de Coimbra realizaram 43 e 25, respectivamente.
Artigo em IOL diário
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